Small Is Beautiful (continued)
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"No degree of prosperity could justify the accumulation of large amounts of highly toxic substances which nobody knows how to make 'safe' and which remain an incalculable danger to the whole of creation for historical or even geological ages. To do such a thing is a transgression against life itself, a transgression infinitely more serious than any crime ever perpetrated by man. The idea that a civilisation could sustain itself on the basis of such a transgression is an ethical,spiritual, and metaphysical monstrosity. It means conducting the economic affairs of man as if people really did not matter at all."
"Nenhum grau de prosperidade justificaria o acúmulo de vastas quantidades de substâncias acentuadamente tóxicas que ninguém sabe como tornar "seguras" e que permanecerão como um perigo incalculável para a criação inteira por eras históricas ou mesmo geológicas. Tal cometimento é uma transgressão contra a própria vida, infinitamente mais séria do que qualquer crime jamais perpetrado pelo homem. A idéia de que uma civilização possa manter-se apoiada em tal transgressão é uma monstruosidade ética, espiritual e metafísica. Significa conduzir os assuntos econômicos do homem como se as pessoas, realmente, para nada contassem."
Small Is Beautiful Nuclear Energy Salvation or Damnation | O negócio é ser pequeno Energia Nuclear Salvação ou Danação? | |
The main cause of the complacency - now gradually diminishing - about future energy supplies was undoubtedly the emergence of nuclear energy, which, people felt, had arrived just in time. Little did they bother to inquire precisely what it was that had arrived. It was new,it was astonishing, it was progress, and promises were freely given that it would be cheap. Since a new source of energy would be needed sooner or later, why not have it at once? | A causa principal da complacência - agora diminuindo gradativamente - quanto aos futuros suprimentos de energia foi, sem dúvida, o surgimento da energia nuclear, a qual, as pessoas achavam, chegara na hora exata. Pouco se incomodaram em investigar exatamente o que chegara. Era nova, era espantosa, era progresso, e livremente se faziam promessas de que seria barata. Já que mais cedo ou mais tarde seria necessária uma nova fonte de energia, porque não a ter imediatamente? | |
The following statement was made six years ago. At the time, it seemed highly unorthodox: | A declaração seguinte foi pronunciada seis anos atrás. Na época, pareceu altamente heterodoxa: | |
"The religion of economics promotes an idolatry of rapid change unaffected by the elementary truism that a change which is not an unquestionable improvement is a doubtful blessing. The burden of proof is placed on those who take the "ecological viewpoint": unless they can produce evidence of marked injury to man, the change will proceed. Common sense, on the contrary, would suggest that the burden of proof should lie on the man who wants to introduce a change; he has to demonstrate that there cannot be any damaging consequences. But this would take too much time, and would therefore be uneconomic. Ecology, indeed, ought to be a compulsory subject for all economists, whether professionals or laymen, as this might serve to restore at least a modicum of balance. For ecology holds "that an environmental setting developed over millions of years must be considered to have some merit. Anything so complicated as a planet, inhabited by more than a million and a half species of plants and animals, all of them living together in a more or less balanced equilibrium in which they continuously use and re-use the same molecules of the soil and air, cannot be improved by aimless and uninformed tinkering. All changes in a complex mechanism involve some risk and should be undertaken only after careful study of all the facts available. Changes should be made on a small scale first so as to provide a test before they are widely applied. When information is incomplete, changes should stay close to the natural processes which have in their favour the indisputable evidence of having supported life for a very long time." | "A religião da Economia promove a idolatria de mudança rápida, inalterada pelo truismo elementar de que uma mudança que não seja um progresso indiscutível é uma bênção duvidosa. O ônus da prova recai sobre os que adotam o "ponto de vista ecológico": a menos que eles possam apresentar elementos de prova de acentuado dano ao homem, a mudança continuará. O bom senso, pelo contrário, alvitraria caber o ónus da prova ao homem que deseje introduzir uma modificação; ele tem de demonstrar que não pode haver conseqüências nocivas. Mas isso tomaria muito tempo e, portanto, seria anti-econômico. De fato, a Ecologia deveria ser matéria obrigatória para todos os economistas, já que isto poderia servir, pelo menos, para restaurar um certo equilíbrio. A Ecologia sustenta "que um cenário ambiental criado durante milhões de anos deve ser considerado possuidor de algum mento. Algo tão complicado como um planeta, habitado por mais de um milhão e meio de espécies vegetais e animais, todas vivendo juntas em um equilíbrio mais ou menos estável em que continuamente usam e reusam as mesmas moléculas do solo e do ar, não pode ser aperfeiçoado por tentativas canhestras e desinformadas. Todas as alterações em um mecanismo complexo envolvem algum risco e só devem ser empreendidas após cauteloso estudo de todos os fatos disponíveis. As mudanças devem ser primeiramente realizadas em escala reduzida, de modo a proporcionar um testé antes da aplicação generalizada. Quando as informações são incompletas, essas mudanças devem ficar o mais próximo possível dos processos naturais que têm a seu favor a indiscutível prova de terem sustentado a vida por bem longo tempo." | |
The argument, six years ago, proceeded as follows: | O raciocínio, seis anos atrás, foi o seguinte: | |
Of all the changes introduced by man into the household of nature, large-scale nuclear fission is undoubtedly the most dangerous and profound. As a result, ionising radiation has become the most serious agent of pollution of the environment and the greatest threat to man's survival on earth. The attention of the layman, not surprisingly, has been captured by the atom bomb, although there is at least a chance that it may never be used again. The danger to humanity created by the so-called peaceful uses of atomic energy may be much greater. There could indeed be no clearer example of the prevailing dictatorship of economics. Whether to build conventional power stations, based on coal or oil, or nuclear stations, is being decided on economic grounds, with perhaps a small element of regard for the 'social consequences' that might arise from an over-speedy curtailment of the coal industry. But that nuclear fission represents an incredible, incomparable, and unique hazard for human life does not enter any calculation and is never mentioned. People whose business it is to judge hazards, the insurance companies, are reluctant to insure nuclear power stations anywhere in the world for third party risk, with the result that special legislation has had to be passed whereby the State accepts big liabilities. Yet insured or not, the hazard remains, and such is the thraldom of the religion of economics that the only question that appears to interest either governments or the public is whether 'it pays'. | De todas as mudanças introduzidas pelo homem na domesticação da natureza, a fissão nuclear em grande escala é, fora de dúvida, a mais profunda e perigosa. Por conseguinte, a radiação ionizante passou a ser o mais sério agente poluidor do meioamhiente e a maior ameaça à própria sobrevivência do homem na Terra. A atenção do leigo, o que não surpreende ninguém, foi cativada pela bomha-A, conquanto exista, pelo menos, uma probabilidade de que ela não volte a ser utilizada. Talvez seja bem maior o perigo criado para a humanidade pelos chamados "usos pacíficos da energia atômica". Não poderia haver, de fato, um mais claro exemplo da ditatura vigente da Economia. A alternativa de construir centrais geradoras convencionais, alimentadas a carvão ou petróleo, ou se instalar centrais nucleares, está sendo decidida em termos exclusivamente econômicos, talvez com um tênue elemento de atenção pelas "conseqüências sociais" que possam advir de um corte ultra-rápido na indústria carbonífera. Mas o fato de a fissão nuclear representar um risco incrível, incomparável e sem precedentes para a vida humana,. não entrou em qualquer cálculo nem sequer é mencionado. Pessoas cuja função consiste em avaliar riscos, as responsáveis por companhias de seguros, estão relutantes em segurar centrais nucleares em qualquer parte do mundo por riscos contra terceiros, daí resultando ter sido necessário promulgar legislação especial pela qual o Estado aceita grandes obrigações. Entretanto, coherto ou não por uma apólice de seguro, o perigo mantém-se, e é tal a subserviência à religião da Economia que a única questão de interesse para governos ou para o púhlico é se "a coisa compensa". | |
It is not as if there were any lack of authoritative voices to warn us. The effects of alpha, beta, and gamma rays on living tissues are perfectly well known: the radiation particles are like bullets tearing into an organism, and the damage they do depends primarily on the dosage and the type of cells they hit. As long ago as 1927, the American biologist, H. J. Muller, published his famous paper on genetic mutations produced by X-ray bombardment, and since the early 1930s the genetic hazard of exposure has been recognised also by nongeneticists. It is clear that here is a hazard with a hitherto unexperienced 'dimension', endangering not only those who might be directly affected by this radiation but their offspring as well. | Não é por falta de vozes autorizadas a alertar-nos. Os efeitos dos raios alfa, beta e gama sobre os tecidos vivos são perfeitamente conhecidos: as partículas de radiação são como balas que penetram e dilaceram o organismo, e os danos que causam dependem da dosagem e do tipo de células atingidas. Já em 1927 o biólogo americano H. J. Muller publicava seu famoso estudo sobre mutações genéticas produzidas pelo bombardeio com raios X, e desde o começo da década de 30 que o risco genético da exposição foi também reconhecido por não-geneticistas. É claro que existe um risco com uma "dimensão" até agora ignorada pela experiência, pondo em perigo não só os que possam ser diretamente afetados por sua radiação mas também os seus descendentes. | |
A new 'dimension' is given also by the fact that while man now can - and does - create radioactive elements, there is nothing he can do to reduce their radioactivity once he has created them. No chemical reaction, no physical interference, only the passage of time reduces the intensity of radiation once it has been set going. Carbon-14 has a half-life of 5,900 years, which means that it takes nearly 6,000 years for its radioactivity to decline to one-half of what it was before. The halflife of strontium-90 is twenty-eight years. But whatever the length of the half-life, some radiation continues almost indefinitely, and there is nothing that can be done about it, except to try and put the radioactive substance into a safe place. | Uma nova "dimensão" é também dada pelo fato de que, enquanto o homem pode agora criar - e cria - elementos radioativos, ele nada pode fazer para reduzir a sua radioatividade, depois de criados. Nenhuma reação química, nenhuma interferência física, somente a passagem do tempo reduz a intensidade da radiação, uma vez desencadeada. O carbono-14 tem uma meiavida de 5.900 anos, o que significa serem precisos quase 6.000 anos para a sua radioatividade declinar para metade do que era antes. A meia-vida do estrôncio-90 é de 28 anos. Mas seja qual for a extensão da meia-vida, alguma radiação perdura quase indefinidamente e nada pode ser feito contra isso, salvo tentar colocar a substância radioativa em local seguro. | |
But what is a safe place, let us say, for the enormous amounts of radioactive waste products created by nuclear reactors? No place on earth can be shown to be safe. It was thought at one time that these wastes could safely be dumped into the deepest parts of the oceans, on the assumption that no life could subsist at such depths. But this has since been disproved by Soviet deep-sea exploration. Wherever there is life, radioactive substances are absorbed into the biological cycle. Within hours of depositing these materials in water, the great-bulk of them can be found in living organisms. Plankton, algae, and many sea animals have the power of concentrating these substances by a factor of 1,000 and in some cases even a million. As one organism feeds on another, the radioactive materials climb up the ladder of life and find their way back to man. | Mas qual é o lugar seguro para as enormes quantidades de lixo radioativo produzido pelos reatores nucleares? Nenhum lugar da Terra é comprovadamente seguro. A certa altura, pensou-se que esse lixo poderia ser lançado com segurança nas zonas mais profundas dos oceanos, na suposição de que nenhuma vida poderia subsistir em tais profundidades. Mas isso foi posteriormente refutado pela exploração soviética do fundo do mar. Onde quer que haja vida, as substâncias radioativas são absorvidas e integradas ao ciclo biológico. Horas depois de se depositar esses materiais na água, a sua maior parte pode ser detectada em organismos vivos. Plancton, algas e muitos animais marinhos têm o poder de concentrar essas substâncias por um fator de 1.000 e, em alguns casos, até um milhão. Na medida em que um organismo alimenta outro, os materiais radioativos vão subindo na escala da vida e encontram seu caminho de volta ao homem. | |
No international agreement has yet been reached on waste disposal. The conference of the International Atomic Energy Organisation at Monaco, in November 1959, ended in disagreement, mainly on account of the violent objections raised by the majority of countries against the American and British practice of disposal into the oceans. 'High level' wastes continue to be dumped into the sea, while quantities of socalled 'intermediate' and 'low-level' wastes are discharged into rivers or directly into the ground. An AEC report observes laconically that the liquid wastes 'work their way slowly into the ground water, leaving all or part (sic!) of their radioactivity held either chemically or physically in the soil.' | Nenhum acordo internacional foi ainda obtido sobre o destino a dar ao lixo nuclear. A conferência da Organização Internacional de Energia Atômica realizada em Mônaco, em novembro de 1959, terminou em desacordo, principalmente em virtude das violentas objeções levantadas pela maioria dos países contra a prática americana e britânica de lançamento nos oceanos. Os lixos de "alto teor" continuam a ser jogados ao mar, ao passo que quantidades de lixo dos chamados "teor intermédio" e "baixo teor" continuam a ser despejadas em rios ou diretamente no solo. Um relatório da A.E.C. observa laconicamente que os detritos líquidos "abrem caminho lentamente até à água do solo, deixando toda ou parte (sic!) de sua radioatividade retida química ou fisicamente no solo." | |
The most massive wastes are, of course, the nuclear reactors themselves after they have become unserviceable. There is a lot of discussion on the trivial economic question of whether they will last for twenty, twenty-five, or thirty years. No-one discusses the humanly vital point that they cannot be dismantled and cannot be shifted but have to be left standing where they are, probably for centuries, perhaps for thousands of years, an active menace to all life, silently leaking radioactivity into air, water and soil. No-one has considered the number and location of these satanic mills which will relentlessly accumulate. Earthquakes, of course, are not supposed to happen, nor wars, nor civil disturbances, nor riots like those that infested American cities. Disused nuclear power stations will stand as unsightly monuments to unquiet man's assumption that nothing but tranquillity, from now on, stretches before him, or else - that the future counts as nothing compared with the slightest economic gain now. | O lixo mais maciço é formado, evidentemente, pelos próprios reatores nucleares, depois de se tornarem obsoletos e imprestáveis. Discute-se muito em torno da questão econômica trivial de saber se eles durarão 20, 25 ou 30 anos. Ninguém discute o ponto humanamente vital de tais máquinas não poderem ser desmanteladas nem mudadas de lugar mas terem de permanecer onde foram instaladas, provavelmente por séculos, talvez por milhares de anos, numa ameaça ativa a toda a forma de vida, gotejando silenciosamente radioatividade para a atmosfera, a água, o solo. Ninguém pensou na quantidade e localização dessas usinas satânicas, que se acumularão sobre a face da Terra com implacável fatalismo. Não se supõe, é claro, que aconteçam terremotos, ou guerras, ou distúrbios civis e tumultos como os que flagelaram muitas cidades americanas. As centrais nucleares permanecerão de pé como monumentos disformes para perturbar o pressuposto do homem de que, doravante, apenas a tranquilidade se desenrola à sua frente - ou então que o futuro nada vale, comparado com o menor ganho econômico que se obtenha agora. | |
Meanwhile, a number of authorities are engaged in defining 'maximum permissible concentrations' (MPCs) and 'maximum permissible levels' (MPLs) for various radioactive elements. The MPC purports to define the quantity of a given radioactive substance that the human body can be allowed to accumulate. But it is known that any accumulation produces biological damage. 'Since we don't know that these effects can be completely recovered from,' observes the US Naval Radiological Laboratory, 'we have to fall back on an arbitrary decision about how much we will put up with; i.e. what is "acceptable" or "permissible" - not a scientific finding, but an administrative decision.' We can hardly be surprised when men of outstanding intelligence and integrity, such as Albert Schweitzer, refuse to accept such administrative decisions with equanimity: 'Who has given them the riyht to do this? Who is even entitled to give such a permission?' The history of these decisions is, to say the least, disquieting. The British Medical Research Council noted some twelve years ago that: | Nesse ínterim, numerosas autoridades estão empenhadas em definir as "concentrações máximas permissíveis" (MPC ) e os "níveis máximos permissíveis" (MPL) para diversos elementos radioativos. O MPC propõe-se definir a quantidade de uma dada substância radioativa que se pode permitir ser acumulada pelo corpo humano. Mas sabe-se que qualquer acumulação produz danos biológicos. "Como ignoramos se é possível a completa recuperação desses efeitos," observa o Laboratório Radiológico Naval dos Estados Unidos, "temos de apoiar-nos numa decisão arbitrária sobre quanto poderemos absorver; ou seja, o que é "aceitável" ou "permissível" - não como uma conclusão científica mas como uma decisão administrativa." Dificilmente nos surpreenderá quando homens de invulgar inteligência e integridade como Albert Schweitzer, se recusam a aceitar com serenidade tais decisões administrativas: "Quem lhes deu o direito de fazerem isso? Quem está autorizado a dar tal permissão?" A história dessas decisões é, para dizer o mínimo, inquietante. O British Medical Research Genter assinalou há uns doze anos que: | |
'The maximum permissible level of strontium-90 in the human skeleton, accepted by the International Commission on Radiological Protection, corresponds to 1,000 micromicrocuries per gramme of calcium (= 1,000 SU). But this is the maximum permissible level for adults in special occupations and is not suitable for application to the population as a whole or to the children with their greater sensitivity to radiation.' | "O nível máximo permissível de estrôncio-90 no esqueleto humano, aceito pela Comissão Internacional de Proteção Radiológica, corresponde a 1.000 micromicro-curies por grama de cálcio (= 1.000 unidades-padrão). Mas esse é o teor máximo permissível para adultos em ocupações especiais e não é adequado para aplicação a toda a população ou às crianças, como sua maior sensibilidade à radiação." | |
A little later, the MPC for strontium-90, as far as the general population was concerned, was reduced by ninety per cent, and then by another third, to sixty-seven SU. Meanwhile, the MPC for workers in nuclear plants was raised to 2,000 SU. | Pouco depois, o MPC para estroncio-90, no atinente à população geral, foi reduzido em 90%, e depois em mais um terço, para fixar-se em 67 unidades-padrão. Entrementes, o MPC para operários em usinas nucleares foi elevado para 2.000 unidades padrão. | |
We must be careful, however, not to get lost in the jungle of controversy that has grown up in this field. The point is that very serious hazards have already been created by the 'peaceful uses of atomic energy', affecting not merely the people alive today but all future generations, although so far nuclear energy is being used only on a statistically insignificant scale. The real development is yet to come, on a scale which few people are capable of imagining. If this is really going to happen, there will be a continuous traffic in radioactive substances from the 'hot' chemical plants to the nuclear stations and back again; from the stations to waste-processing plants; and from there to disposal sites. A serious accident whether during transport or production, can cause a major catastrophe; and the radiation levels throughout the world will rise relentlessly from generation to generation. Unless all living geneticists are in error, there will be an equally relentless, though no doubt somewhat delayed, increase in the number of harmful mutations. K. Z. Morgan, of the Oak Ridge Laboratory, emphasises that the damage can be very subtle, a deterioration of of all kinds of organic qualities, such as mobility, fertility, and the efficiency of sensory organs. 'If a small dose has any effect at all at any stage of the life cycle of an organism, then chronic radiation at this level can be more damaging than a single massive dose ... Finally, stress and changes in mutation rates may be produced even when there is no immediately obvious effect on survival of irradiated individuals.' | É preciso ter cuidado, porém, em não nos perdermos na selva da controvérsia que se desenvolveu nessa área. A questão é que riscos muito sérios já foram criados pelos "usos pacíficos da energia atômica", afetando não só as pessoas hoje vivas como todas as gerações futuras, embora até aqui a energia nuclear esteja sendo usada apenas em uma escala estatisticamente insignificante. O desenvolvimento real ainda está por surgir, numa escala que poucas pessoas são capazes de imaginar. Se isto realmente acontecer, haverá um tráfego contínuo de substâncias radioativas das usinas químicas "quentes" para as centrais nucleares e vice-versa; das centrais para as usinas de tratamento dos detritos; e destas para os locais de depósito do "lixo". Um acidente sério, quer durante o transporte ou a produção, pode causar uma grande catástrofe; e os níveis de radiação no mundo inteiro se elevarão inexoravelmente de uma geração para outra. A menos que todos os geneticistas vivos estejam errados, haverá um aumento igualmente inexorável, embora sem dúvida um tanto retardado, do número de mutações prejudiciais. K. Z. Morgan, do Laboratório de Oak Ridge, salienta que os danos podem ser bem sutis, uma deterioração de todas as espécies de qualidades orgânicas, como mobilidade, fertilidade e a eficiência dos órgãos sensoriais. "Se uma dose pequena tem algum efeito em qualquer etapa do ciclo vital de um organismo, então a radiação crônica nesse nível pode ser mais nociva do que uma única dose maciça ... Finalmente, a tensão e mudanças nos índices de radiação podem ser produzidas ainda quando não haja efeito óbvio imediatamente na sobrevivência de indivíduos irradiados." | |
Leading geneticists have given their warnings that everything possible should be done to avoid any increases in mutation rates; leading medical men have insisted that the future of nuclear energy must depend primarily on researches into radiation biology which are as yet still totally incomplete; leading physicists have suggested that 'measures much less heroic than building ... nuclear reactors' should be tried to solve the problem of future energy supplies - a problem which is in no way acute at present; and leading students of strategic and political problems, at the same time, have warned us that there is really no hope of preventing the proliferation of the atom bomb, if there is a spread of plutonium capacity, such as was 'spectacularly launched by President Eisenhower in his "atoms for peace proposals" of 8 December 1953'. | Famosos geneticistas advertiram que todo o possível deveria ser feito para evitar quaisquer aumentos nos índices de mutação; famosos médicos insistiram em que o futuro da energia nuclear deve depender primordialmente de pesquisas sobre a biologia das radiações, as quais ainda são totalmente incompletas; famosos físicos sugeriram que "medidas muito menos heróicas do que ... construir reatores nucleares" deveriam ser tentadas para solucionar o problema do futuro abastecimento de energia - problema que não é de forma alguma agudo no presente; e famosos estudiosos de problemas estratégicos e políticos preveniram-nos ao mesmo tempo de que não há realmente esperança de impedir a proliferação da bomba atômica se houver uma expansão da capacidade de plutônio, tal como foi "espetacularmente lançada pelo Presidente Eisenhower em suas "propostas de átomos para a paz" a 8 de dezembro de 1953." | |
Yet all these weighty opinions play no part in the debate on whether we should go immediately for a large 'second nuclear programme' or-stick a bit longer to the conventional fuels which, whatever may be said for or against them, do not involve us in entirely novel and admittedly incalculable risks. None of them are even mentioned: the whole argument, which may vitally affect the very future of the human race, is conducted exclusively in terms of immediate advantage, as if two rag and bone merchants were trying to agree on a quantity discount. | No entanto, todas estas convincentes opiniões não representam papel algum no debate se partirmos imediatamente para um grande "segundo programa nuclear" ou nos apegarmos um pouco mais aos combustíveis convencionais que, não importa o que se diga pró ou contra eles, não nos envolvem em riscos inteiramente novos e admitidamente incalculáveis. Nenhum deles é sequer mencionado: a discussão toda, que pode afetar vitalmente o próprio futuro da raça humana, é conduzida exclusivamente em termos de vantagem imediata, como se dois trapeiros estivessem tentando chegar a acordo sobre um desconto para quantidade. | |
What, after all, is the fouling of air with smoke compared with the pollution of air, water, and soil with ionising radiation? Not that I wish in any way to belittle the evils of conventional air and water pollution; but we must recognise 'dimensional differences' when we encounter them: radioactive pollution is an evil of an incomparably greater 'dimension' than anything mankind has known before. One might even ask: what is the point of insisting on clean air, if the air is laden with radioactive particles? And even if the air could be protected, what is the point of it, if soil and water are being poisoned? | Afinal de contas, o que é sujar o ar com fumaça comparado com a poluição do ar, água e solo pela radiação ionizante? Não que eu deseje diminuir os males da poluição convencional do ar e da água; mas temos de reconhecer "diferenças dimensionais" quando nos deparamos com elas: a poluição radioativa é um mal "dimensão" incomparavelmente maior do que tudo o que a humanidade conheceu até agora. Pode-se até indagar: qual é a vantagem de insistir em ar limpo, se ele está .carregado de partículas radioativas? E mesmo se o ar pudesse ser limpo, de que adiantana se a água e o solo estão sendo envenenados? | |
Even an economist might well ask: what is the point of economic progress, a so-called higher standard of living, when the earth, the only earth we have, is being contaminated by substances which may cause malformations in our children or grandchildren? Have we learned nothing from the thalidomide tragedy? Can we deal with matters of such a basic character by means of bland assurances or official admonitions that 'in the absence of proof that (this or that innovation) is in any way deleterious, it would be the height of irresponsibility to raise a public alarm?' Can we deal with them simply on the basis of a short-term profitability calculation? | Até um economista poderia perguntar: qual é a vantagem de progresso econômico, de um mais elevado padrão-de-vida, quando a Terra, a única Terra que temos, esta sendo contaminada por substâncias que podem causar deformações em nossos filhos e netos? Nada aprendemos com a tragédia da talidomida? Podemos lidar com assuntos de caráter tão básico por meio de garantias tranqüilizadoras ou admoestações oficiais de que "na ausência de prova de que (esta ou aquela novidade) é de qualquer maneira deletéria, seria o cúmulo da irresponsabibdade dar origem a um alarma público?" Podemos lidar com eles simplesmente na base do cálculo de lucratividade a curto prazo? | |
'It might be thought,' wrote Leonard Beaton, 'that all the resources of those who fear the spread of nuclear weapons would have been devoted to heading off these developments for as long as possible. The United States, the Soviet Union and Britain might be expected to have spent large sums of money trying to prove that conventional fuels, for example, had been underrated as a source of power ... In fact ... the efforts which have followed must stand as one of the most inexplicable political fantasies in history. Only a social psychologist could hope to explain why the possessors of the most terrible weapons in history have sought to spread the necessary industry to produce them ... Fortunately, ... power reactors are still fairly scarce.' | "Seria lícito pensar," escreveu Leonard Reaton, "que todos os recursos dos que temem a proliferação das armas nucleares fossem dedicados a protelar essa expansão o mais possível. Poder-se-ia esperar que os Estados Unidos, a União Soviética e a Grã-Bretanha gastassem grandes somas tentando provar que os combustíveis convencionais, por exemplo, haviam sido subestimados como fonte de força ... De fato ... os esforços que se seguiram devem figurar como uma das mais inexplicáveis fantasias políticas da História. Só um psicólogo social poderia esperar explicar por que os detentores das mais terríveis armas da História esforçaram-se por difundir a indústria necessária para produzi-las ... Felizmente, os reatores são ainda razoavelmente escassos." | |
In fact, a prominent American nuclear physicist, A. W. Weinberg, has given some sort of explanation: 'There is,' he says, 'an understandable drive on the part of men of good will to build up the positive aspects of nuclear energy simply because the negative aspects are so distressing.' But he also adds the warning that 'there are very compelling personal reasons why atomic scientists sound optimistic when writing about their impact on world affairs. Each of us must justify to himself his preoccupation with instruments of nuclear destruction (and even we reactor people are only slightly less beset with such guilt than are our weaponeering colleagues).' | Com efeito, um proeminente físico nuclear americano, A. W. Weinberg, deu uma espécie de explicação. Disse ele: "Existe um impulso compreensível por parte dos homens de boa vontade em enaltecer os aspectos positivos da energia nuclear, simplesmente porque os seus aspectos negativos são por demais angustiantes." Mas acrescenta depois a advertência: "Há razões pessoais muito imperiosas para os cientistas atômicos darem a impressão de otimismo quando escrevem sobre o seu impacto nas questões mundiais. Cada um de nós tem de justificar para si mesmo a sua preocupação com os instrumentos de destruição nuclear (e até mesmo nós, os que trabalhamos com reatores, sentimo-nos apenas um pouco menos afligidos por esse sentimento de culpa que os nossos colegas do ramo de armamentos)." | |
Our instinct of self-preservation, one should have thought, would make us immune to the blandishments of guilt-ridden scientific optimism or the unproved promises of pecuniary advantages. 'It is not too late at this point for us to reconsider old decisions and make new ones,' says a recent American commentator. 'For the moment at least, the choice is available.' Once many more centres of radioactivity have been created, there will be no more choice, whether we can cope with the hazards or not. | Poder-se-ia imaginar que o nosso instinto de autoconservação nos deixaria imunes aos afagos de um otimismo científico eivado de culpa ou às promessas infundadas de vantagens pecuniárias. "Não é tarde demais, a esta altura dos acontecimentos, para reexaminar decisões antigas e tomar outras novas," disse há pouco um comentarista norte-americano. "Por enquanto, existe pelo menos a faculdade de escolha." Uma vez criado um número muito maior de centros de radioatividade, acabou-se a possibilidade de opção, quer possamos ou não enfrentar os riscos. | |
It is clear that certain scientific and technological advances of the last thirty years have produced, and are continuing to produce, hazards of an altogether intolerable kind. At the Fourth National Cancer Conference in America in September 1960, Lester Breslow of the California State Department of Public Health reported that tens of thousands of trout in western hatcheries suddenly acquired liver cancers, and continued thus: | É claro que certos progressos cientificos e tecnológicos dos últimos 30 anos produziram e continuam a produzir perigos de um gênero de todo intolerável. No 4.° Congresso Nacional sobre o Câncer, nos Estados Unidos, em setembro de 1960, Lester Breslow, do Departamento de Saúde Pública da Califórnia, informou que dezenas de milhares de trutas em viveiros da Costa Oeste contraíram de repente câncer no fígado. E disse: | |
'Technological changes affecting man's environment are being introduced at such a rapid rate and with so little control that it is a wonder man has thus far escaped the type of cancer epidemic occurring this year among the trout.' | "Mudanças tecnológicas que afetam o meio ambiente do homem estão sendo introduzidas a tamanha velocidade e com tão pouco controle que é de admirar o homem ter até agora escapado ao tipo de epidemia de câncer ocorrido este ano com as trutas." | |
To mention these things, no doubt, means laying oneself open to the charge of being against science, technology, and progress. Let me therefore, in conclusion, add a few words about future scientific research. Man cannot live without science and technology any more than he can live against nature. What needs the most careful consideration, however, is the direction of scientific research. We cannot leave this to the scientists alone. As Einstein himself said, 'almost all scientists are economically completely dependent' and 'the number of scientists who possess a sense of social responsibility is so small' that they cannot determine the direction of research. The latter dictum applies, no doubt, to all specialists, and the task therefore falls to the intelligent layman, to people like those who form the National Society for Clean Air and other, similar societies concerned with conservation. They must work on public opinion, so that the politicians, depending on public opinion, will free themselves from the thraldom of economism and attend to the things that really matter. What matters, as I said, is the direction of research, that the direction should be towards non-violence rather than violence; towards an harmonious co-operation with nature rather than a warfare against nature; towards the noiseless, low-energy, elegant, and economical solutions normally applied in nature rather than the noisy, high-energy, brutal, wasteful, and clumsy solutions of our present-day sciences. | Mencionar estas coisas significa, sem dúvida, ficar exposto à acusação de ser contra a Ciência, a Tecnologia e o Progresso. Permitam-me pois, em conclusão, acrescentar algumas palavras sobre a futura pesquisa científica. O homem não pode viver sem Ciência nem Tecnologia, tal -como não pode viver contra a natureza. O que, entretanto, precisa de mais cuidadoso exame é a díreção da pesquisa científica. Não se pode deixar isso apenas aos cientistas. Como disse o próprio Einstein, "quase todos os cientistas são de todo econômicamente dependentes," e "o número de cientistas que possuem um sentimento de responsabilidade social é tão reduzido" que não podem determinar a direção da pesquisa. A última sentença aplica-se, sem dúvida, a todos os especialistas, e a incumbência, portanto, recai no leigo inteligente, em pessoas como as que integram a Sociedade Nacional pelo Ar Limpo e outras sociedades análogas preocupadas com a conservação ambiental. Elas devem agir sobre a opinião pública, de sorte que os políticos, dependendo desta, libertem-se da servidão diante do economismo e atendam a coisas que realmente importam. O que interessa, conforme eu disse, é a díreção da pesquisa, e esta deve ser para a não-violência em vez da violência; para uma cooperação harmoniosa com a natureza em vez de uma guerra contra a natureza; para as soluções silenciosas de baixa energia, elegantes e econômicas aplicadas à natureza em vez das soluções das ciências atuais, ruidosas, de alta energia, brutais, perdulárias e disformes. | |
The continuation of scientific advance in the direction of ever-increasing violence, culminating in nuclear fission and moving on to nuclear fusion, is a prospect of terror threatening the abolition of man. Yet it is not written in the stars that this must be the direction.. There is also a life-giving and lifeenhancing possibility, the conscious exploration and cultivation of all relatively non-violent, harmonious, organic methods of co-operating with that enormous, wonderful, incomprehensible system of God-given nature, of which we are a part and which we certainly have not made ourselves. | A continuação do progresso científico no sentido de uma violência sempre crescente, que culminou na fissão nuclear e avança agora para a fusão nuclear, é uma perspectiva de terror que ameaça com a abolição do homem. No entanto, não está escrito nos astros que tenha de ser essa a direção. Há igualmente uma possibilidade vivificante e exaltadora da vida, a exploração e cultivo consciente de todos os métodos relativamente não-violentos, harmoniosos e orgânicos de cooperar com esse enorme, maravilhoso e incompreensível sistema da natureza doado por Deus, do quàl fazemos parte e que certamente não foi feito por nós. | |
This statement, which was part of a lecture given before the National Society for Clean Air in October 1967, was received with thoughtful applause by a highly responsible audience, but was subsequently ferociously attacked by the authorities as 'the height of irresponsibility'. The most priceless remark was reportedly made by Richard Marsh, then Her Majesty's Minister of Power, who felt it necessary to 'rebuke' the author. The lecture, he said, was one of the more extraordinary and least profitable contributions to the current debate on nuclear and coal cost. (Daily Telegraph, 21 October 1967. | Esta afirmação, que faz parte duma conferência proferida perante a Sociedade Nacional pelo Ar Limpo em outubro de 1967, foi recebida com aplausos corteses por uma audiência altamente responsável, mas foi subseqüentemente atacada com ferocidade pelas autoridades como "o auge da irresponsabilidade". O mais inestimável comentário foi feito, segundo se anunciou, por Richard Marsh, então Ministro da Energia de Sua Majestade, que julgou necessário "verberar" o autor. A conferência, disse ele, foi uma das mais extraordinárias e menos proveitosas contribuições ao debate em curso sobre custos nucleares e carboníferos (Daily Telegraph, 21 de outubro de 1967). | |
However, times change. A report on the Control of Pollution, presented in February 1972, to the Secretary of State for the Environment by an officially appointed Working Party, published by Her Majesty's Stationery Office.and entitled Pollution: Nuisance or Nemesis?, has this to say: | Entretanto, os tempos mudam. Um relatório sobre o Controle da Poluição, apresentado em fevereiro de 1972 ao Secretário de Estado para o Meio Amhiente por um Grupo de Trabalho, oficialmente nomeado, depois publicado pela Imprensa de Sua Majestade e intitulado Poluição: Amolação ou Ameaça? disse o seguinte: | |
'The main worry is about the future, and in the international context. The economic prosperity of the world seems to be linked with nuclear energy. At the moment, nuclear energy provides only one per cent of the total electricity generated in the world. By the year 2000, if present plans go ahead, this will have increased to well over fifty per cent and the equivalent of two new 500 MWe reactors - each the size of the one at Trawsfynydd in Snowdonia - will be opened every day.' | "A principal preocupação é com o futuro e no contexto internacional. A prosperidade econômica do mundo parece estar vinculada à energia nuclear. De momento, a energia nuclear fornece apenas 1% de eletricidade total gerada no mundo. Se os atuais planos prosseguirem, ter-se-á registrado no ano 2000 um crescimento superior a 50% e o equivalente a dois novos reatores de 500 MWe - cada um deles de tamanho idêntico ao instalado em Trawsfynnyd, na Snowdonia - será inaugurado diariamente." | |
On radioactive wastes of nuclear reactors: | A respeito do lixo radioativo dos reatores nucleares: | |
'The biggest cause of worry for the future is the storage of the long-lived radioactive wastes ... Unlike other pollutants, there is no way of destroying radioactivity ... So there is no alternative to permanent storage ... | "A maior causa de preocupação para o futuro é a armazenagem dos detritos radioativos de vida longa. Ao contrário de outros poluentes, não há meios de destruir a radioatividade ... Assim, não há alternativa para a armazenagem permanente ... | |
'In the United Kingdom, strontium-90 is at the present time stored as a liquid in huge stainless steel tanks at Windscale in Cumberland. They have to be continually cooled with water, since the heat given off by the radiation would otherwise raise the temperature to above boiling point. We shall have to go on cooling these tanks for many years, even if we build no more nuclear reactors. But with the vast increase of strontium-90 expected in the future, the problem may prove far more difficult. Moreover, the expected switch to fast breeder reactors will aggravate the situation even further, for they produce large quantities of radioactive substances with very long half-lives. | No Reino Unido, o estrôncio-90 é atualmente armazenado como líquido em imensos tanques de aço inoxidável em Windscale, na Cumherlândia. Têm de ser continuamente resfriados com água, pois o calor desprendido pela radiação poderia, caso contrário, elevar a temperatura acima do ponto de ebulição. Teremos de continuar refrigerando esses tanques por muitos anos, mesmo se não construirmos mais reatores nucleares. Mas com o vasto aumento de estrôncio90 esperado para o futuro, o problema poder-se-á tornar bem mais difícil. Outrossim, a esperada mudança para reatores reprodutores rápidos agravará a situação ainda mais, pois eles produzem grandes quantidades de substâncias radioativas com meias-vidas muito prolongadas. | |
'In effect, we are consciously and deliberately accumulating a toxic substance on the off-chance that it may be possible to get rid of it at a later date. We are committing future generations to tackle a problem which we do not know how to handle.' | Com efeito, estamos consciente e deliberadamente acumulando uma substância tóxica contando com a probabilidade remota de podermos mais tarde descartar-nos dela. Estamos obrigando as gerações futuras a enfrentar um problema com o qual não sabemos lidar." | |
Finally, the report issues a very clear warning: | Finalmente, o relatório emite um alerta bem claro : | |
'The evident danger is that man may have put all his eggs in the nuclear basket before he discovers that a solution cannot be found. There would then be powerful political pressures to ignore the radiation hazards and continue using the reactors which had been built. It would be only prudent to slow down the nuclear power programme until we have solved the waste disposal problem ... Many responsible people would go further. They feel that no more nuclear reactors should be built until we know how to control their wastes.' | "O perigo evidente é que o homem talvez tenha posto todos os ovos no cesto nuclear antes de descobrir que não se pode achar uma solução. Haveria, então, pressões políticas poderosas para ignorar os riscos da radiação e continuar a usar os reatores que foram construídos. Seria apenas prudente retardar o programa de força nuclear até solucionarmos o problema do destino a dar aos detritos ... Muitas pessoas responsáveis iriam adiante. Elas acham que não se deve construir mais reatores até sabermos como controlar seu lixo." | |
And how is the ever-increasing demand for energy to be satisfied? | E como será satisfeita a sempre crescente demanda de energia? | |
'Since planned demand for electricity cannot be satisfied without nuclear power, they consider mankind must develop societies which are less extravagant in their use of electricity and other forms of energy. Moreover, they see the need for this change of direction as immediate and urgent.' | "Como a demanda planejada de eletricidade não pode ser atendida sem força nuclear, eles acham que a humanidade deve formar sociedades menos extravagantes em sua utilização da eletricidade e de outras formas de energia. Além disso, vêem a necessidade dessa mudança de direção como imediata e urgente." | |
No degree of prosperity could justify the accumulation of large amounts of highly toxic substances which nobody knows how to make 'safe' and which remain an incalculable danger to the whole of creation for historical or even geological ages. To do such a thing is a transgression against life itself, a transgression infinitely more serious than any crime ever perpetrated by man. The idea that a civilisation could sustain itself on the basis of such a transgression is an ethical, spiritual, and metaphysical monstrosity. It means conducting the economic affairs of man as if people really did not matter at all. | Nenhum grau de prosperidade justificaria o acúmulo de vastas quantidades de substâncias acentuadamente tóxicas que ninguém sabe como tornar "seguras" e que permanecerão como um perigo incalculável para a criação inteira por eras históricas ou mesmo geológicas. Tal cometimento é uma transgressão contra a própria vida, infinitamente mais séria do que qualquer crime jamais perpetrado pelo homem. A idéia de que uma civilização possa manter-se apoiada em tal transgressão é uma monstruosidade ética, espiritual e metafísica. Significa conduzir os assuntos econômicos do homem como se as pessoas, realmente, para nada contassem. |
Down.